sábado, 19 de janeiro de 2013

  O MITO DA RESSOCIALIZAÇÃO                                              










A ressocialização de presos é tratada como um princípio do direito penal no Brasil. Na prática é fruto mais de um conceito de “politicamente correto” do que uma pesquisa empírica. Na maioria dos países a ressocialização não é um objetivo do Direito Penal, o qual tem como objetivo punir, e cita-se como exemplo os Estados Unidos. Por outro lado, a Constituição Italiana prevê que a ressocialização é um dever do sistema prisional.

As pessoas confundem “humanização” com “ressocialização”. Ou seja, nos Estados Unidos os presídios são bem melhores que os brasileiros, pois visam o cumprimento da pena respeitando os direitos humanos dos presos ao menos no aspecto de estrutura física. No entanto, são extremamente rigorosos no cumprimento da pena com punições administrativas que não são computadas no quantum da pena.

No Brasil não há uma norma prevendo expressamente este objetivo de ressocialização, o qual é difundido de forma tão opressiva que muitos chegam a acreditar que a função do Direito Penal é como a de um Mosteiro que é formar monges após a ressocialização.

No entanto, esquecem-se que a ressocialização é como deixar de fumar, beber, usar drogas, ou seja, depende 99% da vontade do sujeito e apenas 1% do apoio estatal, da família ou da sociedade.

Noutro sentido é possível sustentar para a ideologia dominante, para a qual a ressocialização é um objetivo do direito de punir do Estado, que então todas as pessoas que cometem ato imoral ou ilícito deveriam ser processadas e presas para serem “ressocializadas”. E mais, a pena não seria finalizada enquanto não se tivesse certeza de que estão ressocializadas (boa parte ficaria presa eternamente).

Em razão deste objetivo místico de ressocializar presos fica a incógnita de como ressocializar quem cumpre pena alternativa (sem prisão).

Para esta visão absoluta de ressocialização são concedidos benesses aos presos como indulto (perdão da pena), saídas temporárias (35 dias por ano), direito de visitas como se fosse um pequenique prisional com crianças e familiares passeando pelos presídios, enquanto outros conseguem direito de terem relações sexuais nas celas motel, além de muitos outros, mas mesmo assim a população carcerária continua a aumentar.

Um dos motivos para o aumento da quantidade de presos são os pequenos delitos cometidos por usuários de drogas, mas para o grupo que comanda a política prisional ainda acredita que ensinar artesanato para preso é mais útil e eficaz do que implantar políticas de atendimento ao usuário de drogas nos presídios, embora haja pesquisas nos Estados Unidos que comprovam resultados para tratamento dependentes químicos nos presídios.

A ideologia dominante usa os meios estatais de comunicação social do Governo para divulgarem que prisão gera mais reincidência, mas não mostram os dados e nem a forma de apuração dos mesmos. Difícil imaginar como fazem isto se nem há um banco de dados integrado.

Ademais, nem todo criminoso é flagrado ou tem a sua autoria descoberta.

A rigor, infratores que cometem crimes que geram prisão são mais perigosos, bem como habituais no crime, e criminosos que cometem crimes que implicam em penas alternativas são criminosos menos perigosos e eventuais. Logo, é natural que punidos com pena alternativa gerem menos reincidência. Em suma, a ideologia dominante confunde causa com conseqüência. As pessoas não cometem mais crimes porque são presas, mas sim são presas porque cometem crimes mais perigosos, logo a reincidência é causa e não conseqüência, ao contrário do que sustenta a ideologia dominante.

Na lógica atual a função do direito penal deixou de ser punir e passou a ser ressocializar. Isto banaliza o direito penal, descaracteriza sua autoridade moral, amplia excessivamente o leque de crimes, transforma criminosos em falsas vítimas da sociedade e paradoxalmente aumenta o número de presos.

De fato há mais presos pobres, mas isto decorre de dois fatores: o primeiro é que temos em qualquer país do mundo mais pobres do que ricos. Outro fator é que pobres tendem a cometer crimes menos elaborados como furtos e são presos mais facilmente. Enquanto ricos cometem crimes mais elaborados como golpes, desvios pela internet e no Brasil temos uma investigação precária que não consegue apurar estes crimes mais complexos. Logo, tanto ricos como pobres cometem crimes, porém é mais fácil provar furtos do que golpes, portanto a PM prende mais em flagrante de furto (crime menos complexo).

As pessoas cometem crime porque querem, e não por uma imposição da sociedade, como sustenta a teoria da “defesa social”. Isto não significa que o cumprimento da pena não deva obedecer aos princípios da humanização. No entanto, não faz sentido que criminosos perigosos sejam considerados vítimas com benesses enquanto a sociedade fica refém de seus ataques.

Kant já afirmava que a função do direito penal é punir. Mas, atualmente quem sustenta esta linha é considerado como “persona non grata” no Brasil.

Não tem como o Estado impor a ressocialização aos presos, pois muitos não querem. Outros não precisam de serem ressocializados porque são criminosos eventuais como um homicida em razão de uma discussão.

A ressocialização deve ser considerada como a necessidade de o cidadão cumprir os seus deveres e direitos. No entanto, na execução penal é comum que presos aprendam que têm apenas direitos e nunca deveres, principalmente pela benevolência dos Tribunais.

Não é ensinando os presos a fazerem artesanato, nem ensinando a trabalhar na construção civil que serão ressocializados, pois direito penal não direito de qualificação profissional. Estas atividades têm sua finalidade nobre e romântica, mas não diminuirão a criminalidade. Afinal, o que diminui criminalidade é punição e se o Direito Penal perde o controle social de punição, então a reincidência aumenta.

Lado outro, com o tempo as pessoas tendem a cometer crimes mais elaborados ou diminuem os crimes assim que diminui a dopamina (hormônio do risco e do prazer). Portanto, com a idade é natural que o cidadão deixe de cometer crimes e não por causa de eventual política assistencialista prisional. Em suma, depois dos 40 anos é natural que o criminoso deixe de cometer crimes com maiores riscos, exceto se for psicopata ou um golpista inveterado.

Simplesmente ser aprovado em ENEN (Exame educacional) também não é ressocialização, nem sinal de que não vai cometer crime, pois se fosse assim não existiria médicos, advogados, promotores, juízes, delegados, fiscais, empresários e até banqueiros cometendo crime.

Sem dúvida alguns ressocializarão, porém muito mais pela assistência religiosa ou pela vontade própria do apenado, do que pelos demais serviços sustentados pelos adeptos da ideologia da ressocialização.

Por fim, a ressocialização é um ato de vontade do cidadão, não pode ser imposta pelo Estado. Outrossim, não são apenas presos, que deveriam ser ressocializados, afinal, a ressocialização não é uma função exclusiva do direito penal, mas de qualquer ramo do Direito e até da moral. Ademais, pode-se afirmar que a ressocialização é um conceito mais moral do que jurídico, não se confundindo humanização com ressocialização, pois conceitos diversos como se vê nos Estados Unidos.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos chega aos 64 anos de existência com alguns excelentes frutos: moldou comportamentos, definiu responsabilidades, criou laços de solidariedade, dissecou às últimas consequências temas vitais como dignidade humana, justiça, liberdade e segurança coletiva. Em alguns de seus aspectos fundamentais, ainda é, lamentavelmente, uma carta de boas intenções.
 
No último meio século, mais de uma centena de nações vieram à existência. A Declaração de Direitos Humanos teve reforçada sua função representativa da totalidade das nações emergentes, ao ser gradativamente ratificada pelo dobro dos países signatários originais. Ela é, por si e em si, o documento básico que articulou os direitos inalienáveis de todos os membros da família humana e, de certa forma, seu conteúdo poderia ser visualizado como sendo o conjunto de anseios e esperanças acalentados por gerações de homens e mulheres, crianças e idosos, das mais variadas raças, etnias e crenças religiosas — anseios e esperanças essas pelos quais todos de alguma maneira viveram, lutaram e pereceram.
 
Guerras e conflitos sangrentos foram travados sempre que temas maiores, como justiça, liberdade, dignidade ou soberania nacional estiveram ameaçadas pela mão forte do opressor. A Declaração representa o melhor que uma humanidade angustiada saída dos escombros da Segunda Grande Guerra poderia produzir. E tem personificado de certa maneira uma apólice de seguros — sem data de prescrição — para uma humanidade sempre arredia ao bacilo da guerra.
 
A interdependência entre povos e nações é, à medida que vemos tomar velocidade o corrente século 21, tão evidente quanto a constatação de que em 1989 foi derrubado o Muro de Berlim e extirpada da face da humanidade essa sua última cicatriz conseguida durante a II Guerra. É nesse cenário, marcado por graves crises econômicas e sociais, que dois terços da população mundial sobrevive em condições de pobreza, quando não de miséria absoluta, que busca-se um interlocutor, um poder, um sentimento supranacional que vocalize os esforços de povos e governos para se alcançar entendimentos comuns sobre assuntos que afetam e colocam em risco o futuro da humanidade como um todo. E isso envolve soluções para o superaquecimento do planeta, a desertificação de imensas extensões de terras, a contaminação do ar, o derretimento das geleiras polares e, não menos grave, a manutenção sob controle dos meios nucleares, que, de tão letais, já dizimaram cidades inteiras, como Hiroshima e Nagasaki, em solo japonês, ainda durante a II Grande Guerra. Tarefas colossais. E também inadiáveis e indelegáveis.
 
Uma época que vê os povos do mundo tendo acesso crescente a todos os tipos de informação e a uma diversidade de ideias irá descobrir que a justiça se afirma como o princípio governante da organização social bem-sucedida. Com frequência cada vez maior, as propostas que visam ao desenvolvimento da Terra terão de submeter-se à luz imparcial dos padrões exigidos pela justiça. No nível individual, a justiça é aquela faculdade da alma humana que torna cada pessoa capaz de distinguir entre a verdade e a falsidade. Aos olhos de Deus, assegura Bahá’u’lláh (1817-1892), “a justiça é a mais amada de todas as coisas, pois permite que cada indivíduo veja com seus próprios olhos e não através dos olhos de outros, conheça através de seu próprio conhecimento e não por intermédio do conhecimento dos seus semelhantes ou do grupo”.
 
Quando observamos via satélite o grau de desamparo em que sobrevive grande parte da humanidade, quando nossos olhos são violentados por crianças “vestidas de pele e osso” em tantas nações africanas e asiáticas, em contraponto com o desperdício acumulado no leito da civilização ocidental, dita cristã, dita europeia, ficamos consternados e em alguns casos indignados. Há, de um lado, excesso de alimentos; de outro, excesso de fome e de miséria. A Declaração Universal dos Direitos Humanos precisa transpor os limites dos protocolos internacionais e se transformar em políticas públicas sólidas, reais, encetadas e monitoradas de perto por governos de todos os povos e nações.
 
Por Washington Araújo,  jornalista, escritor, palestrante e ativista dos direitos humanos.
 

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Entre Corvos e Pombos


E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra. Depois soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra. A pomba, porém, não achou repouso para a planta do seu pé, e voltou a ele para a arca; porque as águas estavam sobre a face de toda a terra; e ele estendeu a sua mão, e tomou-a, e recolheu-a consigo na arca. E esperou ainda outros sete dias, e tornou a enviar a pomba fora da arca. E a pomba voltou a ele à tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico; e conheceu Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra. Então esperou ainda outros sete dias, e enviou fora a pomba; mas não tornou mais a ele.” (Gênesis 8:7-12)

E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. (Mateus 3:16) Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. (Mateus 10:16) Corvos e pombos têm algo em comum: ambos voam, ambos constroem ninhos e ambos foram utilizados como mensageiros em ocasiões da Bíblia.

No entanto, corvos eram utilizados em momentos críticos, onde a esperança parecia desvanecer dos olhos do povo. Eles indicavam tempos de dificuldade. Aves de rapina, corvos não costumam caçar, comem de tudo, mas se alimentam principalmente do que é morto. Não costumam voar para muito longe, não migram planeta a fora, são agressivos e tem medo do homem, a ponto de espantalhos com aspecto humano serem suficientes para mantê-los afastados dos milharais.

A Bíblia cita cidades arrasadas pelo desígnio divino como lares de corvos – que se alimentariam das carcaças que ali restavam. Já a simbologia dos pombos lhes é mais favorável. Até hoje são utilizados para indicar momentos de virada, em que floresce a esperança nos olhos do povo, em que há claros sinais de uma mudança para melhor, superior. São ainda comuns as revoadas de pombos em momentos apoteóticos de grandes celebrações.

Eles são essencialmente herbívoros, preferindo grãos em sua dieta. Algumas variedades são migratórias: vão de um ponto a outro do planeta, em busca de temperaturas agradáveis e alimento farto. São em geral pacíficos. São famosas certas praças ao redor do mundo onde bandos de pombos se ajuntam em meio ao povo, como se não tivessem o que temer dos homens, vindo mesmo a bicar os grãos nas mãos de maravilhadas crianças.

Não foi equivocada a escolha de Noé por primeiro enviar um corvo e só depois uma pomba para avaliar o estado da Terra pós-dilúvio: antes esperava-se um cenário de destruição boiando nas águas e só depois algum indício de terra seca onde a Arca pudesse pousar. Da mesma forma, no Reino de DEUS, atuamos por vezes como esses dois tipos de mensageiro.

A minha pergunta é: Que tipo de mensageiro você quer ser no Reino de DEUS?

1. Escolhemos que mensageiro queremos ser a cada missão recebida. A Palavra de DEUS nos fala de um profeta cujo nome tinha um significado diretamente ligado à sua função: Jonas, filho da Amitai. Se traduzirmos os nomes do hebraico para o português, teríamos: O pombo (Jonas, Yonah), filho da Minha Verdade (Amitai). É como se fôssemos remetidos aos dias de Noé, quando este enviara uma pomba em busca da verdade sobre o que acontecia na Terra pós-diluviana.

O profeta Amitai, ao escolher o nome do seu filho, como que profetizou sobre a vida do mesmo, que mais tarde viria a ser mensageiro de boas novas, conforme lemos em 2 Reis 14.25: “Também este restituiu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate, até ao mar da planície; conforme a palavra do Senhor Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer.” Face às boas novas da qual fora o portador, Jonas certamente apreciava ser um profeta de DEUS. Há, de fato, prazer em se poder comunicar boas novas vindas do Trono de DEUS para os homens.

Jonas havia de se julgar um privilegiado por ser um profeta de DEUS e ter tido a honra de ser o canal de tão boas novas. Mais que isso: Jonas havia de se julgar íntimo e agradável aos olhos de DEUS por tão grande honra concedida. Conosco também é assim: apreciamos quando nosso superior nos confere missões de honra. Mas como nos comportamos quando a missão, ainda que voltada para o bem e comissionada por DEUS, é desagradável aos nossos olhos?

Jonas teve uma reação adversa a uma missão que lhe fora dada por DEUS, conforme está em Jonas 1:1-3:“E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor.” Que decepção! DEUS o mandava pregar uma mensagem de arrependimento aos inimigos do seu povo! Nesse momento, em seu coração, Jonas começou a se converter de pomba (Yonah) em corvo (‘Oreb).

2. Escolhemos que mensageiro queremos ser de acordo com a nossa visão. Enquanto profetizava para o povo de DEUS, Jonas se julgava um privilegiado. Quando recebeu a incumbência de pregar o arrependimento a um povo infiel, colocou-se ACIMA da missão que o próprio DEUS lhe dera. Note que Jonas não duvidou que a missão lhe fora dada por DEUS – ele simplesmente não quis se rebaixar, não quis correr risco e ter que pregar aos ímpios ninivitas. A visão de Jonas era a de um profeta comissionado exclusivamente para o povo de DEUS. Portanto, ele só aceitava profetizar para os “salvos” judeus. Ao fugir de sua missão, Jonas, o pombo, afastou-se de DEUS e tornou-se um mensageiro corvo (‘Oreb), contrário ao seu próprio nome.

Jonas perdera sua visão sobre os propósitos de DEUS para sua vida. Prossigamos no raciocínio, agora caminhando no chão dos nossos dias: A visão de Jesus para a igreja é “Ide e fazei discípulos”, não “Ide e pregai aos mesmos de sempre”. Ademais, Igreja significa “os que saem para fora”. Se não saímos do nosso quintal, se insistimos em ficar voando em torno da arca em vez de buscar a folha de oliveira, renegamos a nossa própria missão e é como se fugíssemos de DEUS, como Jonas, agora um mensageiro corvo. Em Mateus 12:39-41, vemos o que Jesus Cristo fala acerca de um povo que se volta a si mesmo e se recusa a pregar para os ímpios para que estes venham TAMBÉM a ser salvos: “Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas; pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra. Os ninivitas ressurgirão no juízo com esta geração, e a condenarão, porque se arrependeram com a pregação de Jonas. E eis que está aqui quem é maior do que Jonas.”

3. Escolhemos que mensageiro queremos ser de acordo com a nossa fé. Jonas renegou o próprio nome ao escolher se desviar de sua missão. Perdeu a visão, pois não tinha fé no poder de DEUS para converter os ninivitas. Confiava mais na sua própria capacidade limitada para somente profetizar aos mesmos de sempre, do que na capacidade de DEUS para agir sobre sua vida e converter os ninivitas dos seus caminhos maus. Jonas estava tão cego e sem fé que sequer percebeu que estava desafiando o próprio DEUS que o tornara profeta. Ele teve de aprender pela dor que DEUS não é onipotente, onipresente e onisciente só sobre o povo escolhido, mas o é sobre tudo e sobre todos! DEUS resolveu humilhar o mensageiro corvo e reconduzi-lo à sua condição de mensageiro pombo.

4. Escolhemos que mensageiro queremos ser quando buscamos sinceramente retomar a nossa missão original. Aprisionado no estômago do grande peixe, Jonas, ainda corvo, se arrependeu e foi perdoado, voltando a ser pombo. Só então pode retomar o cumprimento da sua missão. Libertado das entranhas do grande peixe, achou-se na praia, que pelo indicado nos mapas, ficava a quilômetros de Nínive. Mesmo arrependido e liberto, Jonas teve ainda que caminhar aquela grande distância, depurando seus pensamentos, até que chegou a Nínive e pregou o arrependimento aos seus inimigos.

Eis o paradoxo do pombo-corvo: a mensagem pregada surtiu efeito e aquele povo se arrependeu. DEUS não mais mandaria a saraiva de fogo por sobre aquelas cento e vinte mil almas! No entanto, Jonas ainda estava tão impregnado de sua soberba que mesmo obedecendo a DEUS e presenciando a conversão miraculosa dos ninivitas, revoltou-se novamente contra os desígnios de DEUS e foi purgar suas frustrações no deserto. O propósito de DEUS era levar os ninivitas ao arrependimento. A vontade de Jonas era vê-los ardendo sob uma saraiva de fogo, como a que acometeu Sodoma e Gomorra.

Assim também é com quem jura que ora por missões, mas não se envolve com o sustento missionário. Assim também é com quem jura que ora pelos desvalidos e sem-teto, mas não se envolve com as “madrugadas de carinho”. Assim também é com que jura que quer ver o traficante convertido aos caminhos de DEUS, mas é incapaz de ir ter com ele e pregar-lhe o evangelho nas vielas apertadas das comunidades pobres. Assim também é com quem sonha ver a igreja cheia de gente louvando a DEUS, mas tem horror a convidar o estranho sentado no mesmo banco do trem ou do ônibus a visitar sua igreja. Mesmo obedecendo, Jonas continuou sem visão, apesar de ter fé. Quem prega, prega primeiro a si mesmo e depois aos outros. Meu DEUS, por quantas vezes temos sido corvos com penas de pombos? Alguém pode até perguntar: Como é possível ter fé e não ter visão? Basta olhar para Jonas, o pombo que preferiu ser corvo.

Que DEUS tenha misericórdia de nós. Amém.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Martin Luther King

Nascido em 15.01.1929

Morto em 04.04.1968



"Mais cedo ou mais tarde todos os povos do mundo terão de descobrir um modo de viver juntos em paz, e por meio disso transformar esta elegia cósmica inacabada em um salmo criativo de fraternidade. Eu recuso aceitar a visão de que a humanidade é tão tragicamente atada à uma meia-noite sem estrelas de racismo e de guerras que a aurora brilhante da paz e da fraternidade nunca possa tornar-se uma realidade. É por isso que o direito, temporariamente derrotado, é mais forte do que a maldade triunfante." (1964)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Faixa de Gaza


O povo palestino padece horrores. Bertolt Brecht afirmou: "Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem".Quem conseguiria não reagir diante de grande opressão? Os palestinos vivem sem comida, sem o direito de ir e vir, sem trabalho, espremido numa faixa que mais parece um grande cortiço. Sim, há ódios antigos, mas eles reagem porque paz não existe sem justiça.
O governo de Israel promove um massacre absurdo sobre um povo geometricamente menos poderoso. Mas faz porque tem o respaldo dos Estados Unidos e conta com o silêncio corrupto dos países árabes. A imprensa mundial está proibida de entrar na Faixa de Gaza. Quando Israel veta a imprensa mundial de testemunhar o que acontece ali, tudo fica muito suspeito. Será que o seu objetivo último não seria fazer uma limpeza étnica, ver-se livre de um povo que o odeia, sem ser denunciado pelo mundo livre? Como sou líder de uma comunidade cristã, horrorizo-me com os evangélicos, que mais uma vez sustentam a leitura simplória da Bíblia que sempre fizeram. Para se manterem coerentes, apóiam um exército profissional numa carnificina sem precedentes. Tenho vergonha dos crentes! Já recebi e-mails celebrando as bombas como sinal da volta de Cristo (certamente eleitas pelo Divino), com direito a Aleluia, e acompanhados do mais abjeto chavão: "Deus está no controle"!
Sei de todos os argumentos, não sou ingênuo. Sobram explicações que legitimam o direito de um povo trucidar o outro. Os mortos das valas comuns, que entulham a história, foram enterrados com tais explicações. Para mim, basta um argumento, o de Jesus Cristo: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'. Mas eu lhes digo: 'Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus'" - Mt.5.43).
Violência só acrescenta ira ao ódio, para gerar mais morte. Não, não aprovo que os palestinos disparem foguetes, não concordo com o terrorismo (religioso ou de Estado), não faço vista grossa à ira fundamentalista islâmica que busca jogar Israel no meio do mar. Contudo alguém tem que quebrar o ciclo perverso da vingança. Sugiro que o mais forte comece. Só isso

Pastor Ricardo Gondim

terça-feira, 6 de janeiro de 2009


E postada assim frente ao oceano imenso e o céu infindo, diante dos quais as palavras são meras palavras, recordo o salmo que diz: permanece em silêncio e conhecerás o teu Deus. Vale dizer, permanece em silêncio e apascentarás a tua dor, porque na tua fé em teu Deus encontrarás o consolo de todas as tuas mágoas, de todo o teu pesar. E te bastarás.


Elisa Lispector
In: Corpo-a-corpoRio de Janeiro: Edições Antares, 1983p. 56

As qualidades de Jesus


“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco”. 2 Coríntios 1:12


AUTORIDADE: Desde de pequeno foi um homem de Autoridade, pregou aos doutores da lei; Curou, libertou, sempre reconhecendo a autoridade em si mesmo. “Porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas”. Mateus 7:29 “Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz”. Mateus 8:9 “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa”. Mateus 9:6


AMOR: Acho que o que mais marcou em Jesus; o AMOR. Como é grande esse amor; como é bom esse amor. O verdadeiro Amor; o de Coríntios 13! Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Lucas 9:24 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 1 Coríntios 13:2


PACIÊNCIA: Acho que um dos maiores inimigos dos cristãos de hoje, muitas vezes incluindo eu, com certeza, pois não sou perfeito mas tenho buscado a perfeição. Mas Jesus era paciente, soube ouvir; soube levar, soube sofrer! Grande Exemplo. “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência”, Romanos 5:3


FIDELIDADE: Fiel e Justo; Jesus foi fiel ao Pai, lutou, resitiu, não teve pecados, não se sujou com a lama do mundo, mas veio ao mundo para que nós vivessemos e vivessemos em abundância. E nós, mesmo sendo infiéis em algumas situações Deus continua Fiel conosco! “E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?” 2 Coríntios 6:15 “E desposar-te-ei comigo em fidelidade, e conhecerás ao SENHOR”. Oséias 2:20 _________________________________________________________